A comunicação empresarial é o lugar certo
para quem gosta de lidar com desafios estratégicos diários, tem o espírito
aberto para assimilar as múltiplas tecnologias emergentes e tem raça para pisar
no terreno pantanoso de novos conceitos como sustentabilidade, governança,
responsabilidade socioambiental e outros. É para quem confia que a comunicação seja
instrumento de base para a inteligência empresarial. É o segmento dos que estejam dispostos a
redimensionar e reavaliar práticas que até ontem eram praxe e funcionavam muito
bem. É a fatia onde só cabem profissionais com consciência de que, hoje, comunicar é sintonizar-se com a aceleração do tempo e a
multiplicação dos espaços.
Além desses atributos gerais, há alguns mais
específicos e que importam tanto quanto, na hora de botar a mão na massa. O
relacionamento com a mídia, por exemplo, requer, entre outros predicados,
conhecimento do trabalho de quem está do outro lado – o colega das redações. Quem conhece o
processo de produção de uma pauta, já segurou microfones, tirou leite de pedra
e sentou na frente de um terminal com muita pressão e pouco tempo, sabe
bem se inserir neste contexto profissional com o respeito, o entendimento e a
compreensão que a rotina exige. Quem nunca passou por uma redação pode ter uma
boa relação sim, mas nunca o fará com o melhor alicerce de qualquer
relacionamento – o conhecimento de causa. Recomendo fazê-lo o quanto antes. É
uma condição, portanto, não exclusiva, mas extremamente preferencial. E não me
venham com o discurso demagógico de que as universidades cumprem este papel. Sabemos
que sala de aula traz informação, não conhecimento.
Mas é ainda mais importante, nesta relação,
entender que o público de uma agência de comunicação é o colega de jornalismo.
Sem a confiança do mercado de informação, uma agência ou profissional não
sobrevive. Nestes onze anos aos quais me dedico à comunicação nas organizações públicas, privadas e do terceiro setor, assim
lidei com os dois lados desta moeda. Hoje, os mestres da comunicação dão nome
às práticas antes aplicadas instintivamente, tendo o bom senso e uma parca
literatura como orientadores. Em congressos, cursos e workshops que tenho
participado, esta condição permeia todas as agências que sobreviveram às
transformações da última década. Enfim, a gente faz há anos o que estão
etiquetando hoje. Com fórmula pronta ou não para nortear procedimentos técnicos,
o bom senso é, pois, nosso guia mais apropriado e verdadeiro. Sempre.
Pense, portanto, na informação com respeito. Se
a notícia tem o interesse meramente institucional ou, pior, tem o viés
explicitamente comercial, não gere. A não ser que a relação cliente-veículo
mais do que permita, exija. Não queime cartuchos, não se queime. Vez ou outra
saímos chamuscados por imposição do ofício. Mas evitar é preciso. Se ainda há,
entre nós, profissionais que não se importam com tantos cuidados, mantenha
distância ou, ao menos, não os tome como modelo. Não tente mostrar arrojo ao
cliente, à custa de incomodar o colega jornalista.
Há um amplo mercado se desenhando. Nas maiores
corporações e nas mais sérias, o espaço é ocupado pelo comunicador com formação
técnica e prática, com compreensão macro e micro do mercado, que tenha no
sangue a inovação perene em sua gestão de comunicação, com a exata consciência de
seu importante papel de interlocutor neste cenário sempre mutante.
Não tenho a intenção de desestimular os
iniciantes no ramo. A ideia aqui é encorajá-los a transpor o balcão, sair da
zona de conforto, sempre que possível. Afinal, relacionamento é relacionamento
em qualquer instância. E ter a compreensão verdadeira e consistente do outro, a meu ver, é um
facilitador não só na operacionalidade da comunicação empresarial, mas em todos
os setores da vida.
Gostei da sua ponderação no assunto, esta correta em tudo! Parabéns!
ResponderExcluirOi, Sandro! Brother do twitter... Valeu pela força!
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