O Flamengo é meu time, não uma empresa que administro. Quero vê-lo em
campo, fazendo a alegria da maior torcida do mundo. A mim cabe vibrar, gritar, falar
mal do técnico, de um jogador ou outro que não goste e aquelas outras coisas
que todos conhecem sobre o mundo dos torcedores apaixonados. Fazer conta,
avaliar, ponderar, racionalizar não é pra mim. Nem pros outros 35 milhões de
flamenguistas.
Quando se ouve o grito de “raça, amor e paixão”, quem precisa de razão?
É por isso que sou uma das militantes da campanha por Adriano de volta. Quero
sim. Sempre quis. Adriano é a cara do Flamengo e a Gávea é a casa dele. Carioca, cria do time, torcedor assumido, Adriano também quer o
Flamengo. A torcida cansou dos insossos Devids. Queremos jogadores apaixonados
pelo CRF que carrega no peito.
Por que a torcida idolatra tanto Zico? Porque diferente de outros
grandes heróis rubro-negros (Bebeto e Romário, por exemplo), Zico sempre se
portou como um flamenguista, antes de qualquer coisa. Nunca usou outra camisa no Brasil e não seria o nosso Zico, se usasse. Assim é Adriano também. A
camisa do Corinthians lhe pesava, entristecia. Parecia um animal de circo,
enjaulado, longe do habitat.
E agora? Não sei. Torço para que ele se recupere e que faça uma bela
temporada nessa sua volta pra casa. O Adriano quer, a torcida quer, os jogadores
querem, os dirigentes querem, o empresário dele quer, Joel quer... E que os contra
o retorno de Adriano repensem. Afinal, a essa altura do campeonato, com tanta
carência de alma em campo, não sei se é Adriano que precisa mais do Flamengo ou
o Flamengo dele. Seja como for, o retorno está praticamente certo. Que venha o
imperador e que nos faça muito felizes enquanto durar.