O
Facebook é o oásis da autoafirmação. Nele, todo mundo é bonito, rico, feliz, malhado,
tem uma vida social intensa, gosto apurado para música e literatura, é popular,
divertido e ao mesmo tempo inteligente, culto, bem informado, super
considerado. E ainda acredita em Deus, é bom pai ou mãe. Ah! E conhece boas citações.
Poucos
disfarçam suas vaidades, necessidades de reconhecimento, de gerenciar o
imaginário alheio. A interação é gentil, quase delicada. Se você curte o que eu
digo, fico lhe devendo uma. Se fizer um comentário simpático, é dívida eterna. Um
se alimenta do outro.
Diferente
do Orkut, o Facebook castra a espontaneidade de se sentir entre amigos. Afinal,
lá estão nossos chefes, clientes, concorrentes e o resto do mundo. Todos à
espreita. Representar no Facebook é quase uma obrigação. Até
mesmo os que parecem espontâneos, apenas parecem.
A
autorrepresentação nesta rede dá a sensação de comando sobre como quer que o
vejam. Photoshopando até a alma, o auto marketing produz, claro, pessoas
irreais. Mas isso não machuca, porque a imagem pública passou a conferir,
paradoxalmente, valor à própria existência. Aí, só Freud.
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