O cão tem a audição quatro
vezes mais aguçada que a do ser humano, pode saber a origem do barulho em apenas
seis centésimos de segundo e detecta sons em diferentes frequências. Afinal, sua
memória genética recente traz todos os elementos de sobrevivência que precisava até
poucas gerações atrás. Esta extraordinária sensibilidade auditiva antes
garantia sua subsistência; hoje, na convivência domesticada, é seu maior pesadelo.
Quem tem cachorro sabe que
datas como Ano Novo, São João e Copa do Mundo são verdadeiros infernos, porque
são épocas onde os famigerados fogos de artifício estão por toda parte
estressando-os sem piedade. Os bichos sofrem auditiva e psicologicamente, pois
além de os sons doerem em seus ouvidos, os estampidos não lhes são
compreendidos.
As reações são muito individuais. Alguns se
mostram apenas incomodados, mudam um pouco de comportamento, mas a maioria pena
bastante, tremendo sem parar, ficando hiperativo, roendo objetos,
arfando, buscando a atenção do dono, chorando, escondendo-se
num canto, salivando, com o coração a mil, sem comer, nem
beber. Tem do tipo que late sem parar na direção de
onde vem o barulho, mas nitidamente um latido nervoso, que mostra o quanto está
sofrendo.
Há casos em que o cão desenvolve tanto pânico, que foge em desespero saltando muros, quebrando vidraças, pulando por janelas e varandas de apartamentos etc. Alguns são atropelados; outros se mantêm peregrinos até a morte por desorientação. Os que não conseguem escapar de onde os barulhos estouram seus ouvidos, batem a cabeça contra a parede, podem se enforcar na própria coleira e têm convulsões ou ataques cardíacos seguidos de morte. Enfim, a época junina requer um olhar mais cuidadoso para quem cria e mais piedoso para quem respeita os bichos, não somente cães, como gatos e aves. Ignoremos os incuráveis humanos negligentes, pois, para estes, a compreensão do assunto está definitivamente fora de alcance.
Há casos em que o cão desenvolve tanto pânico, que foge em desespero saltando muros, quebrando vidraças, pulando por janelas e varandas de apartamentos etc. Alguns são atropelados; outros se mantêm peregrinos até a morte por desorientação. Os que não conseguem escapar de onde os barulhos estouram seus ouvidos, batem a cabeça contra a parede, podem se enforcar na própria coleira e têm convulsões ou ataques cardíacos seguidos de morte. Enfim, a época junina requer um olhar mais cuidadoso para quem cria e mais piedoso para quem respeita os bichos, não somente cães, como gatos e aves. Ignoremos os incuráveis humanos negligentes, pois, para estes, a compreensão do assunto está definitivamente fora de alcance.
O que fazer:
Complicando o quadro, a maioria das clínicas está fechada
nestes períodos festivos. A ordem é, então, prevenir. A primeira técnica é usar
a psicologia para transmitir calma e confiança.
- Procure ficar perto do seu cão. Se não puder, ao menos
certifique-se de que ele não pode fugir do local onde se encontra;
- Alguns animais se sentirão mais seguros se estiverem no
colo do dono. Assim, tente segurá-lo com firmeza e acalme-o com frases tranquilas
e equilibradas. O importante é a entonação, você sabe;
- Para minimizar o estresse, aja tranquilamente e fale baixo
durante todo o tempo;
- Seja compreensivo sem, no entanto, reforçar o
comportamento medroso e ansioso. Seja firme na comunicação de que não há o que
temer. Caso contrário, estará contribuindo para incentivar o pânico. Você nem sempre poderá estar ali disponível;
- Jamais repreenda-o quando perceber que ele tem medo;
- Fique atento aos horários de passeio. Se necessário,
antecipe a caminhada diária, para que ele não urine ou defeque durante o
momento de estresse;
- Se seu cão estiver entre os casos de estresse mais graves,
sede-o, sob a supervisão de um veterinário, é claro;
- Recompense-o sempre que ele se mostrar calmo diante de um
estampido;
- As fobias dos cães podem ser anuladas se for
desenvolvido um trabalho de dessensibilização. Isto é, ir progressivamente
expondo o cão a sons cada vez mais intensos e associando estes sons a coisas
agradáveis, tais como petiscos.
Para reduzir o barulho dos fogos:
- Coloque o animal em um local fechado e vede bem todas as
janelas, para que ele não possa escutar as explosões com tanta clareza (um
quarto ou local em que entre pouco som);
- Feche as persianas e cortinas para isolar inclusive a luz;
- Estenda cobertores pesados nas janelas e no chão desse
quarto;
- Ligue a televisão ou o rádio. Ponha um CD ou DVD que não seja
sonoramente excitante;
- Cubra o animal com algum edredom. O importante, nesse
caso, é reduzir ao máximo todo o ruído que pode atormentar o seu bicho;
- Se necessário, faça uma espécie de toca, longe da janela,
onde o cão possa se sentir abrigado. Coloque um de seus brinquedos no local;
- Quando a hora dos fogos é previsível, mantenha-o perto da
TV ou do rádio e vá aumentando o volume à medida que a hora mais estrondosa se
aproxima. A ideia é fazê-lo acostumar-se com o som alto para que o barulho
inesperado dos fogos não o assuste tanto;