Não consigo entender o que levou a grande massa da tuitosfera a enfiar
este apóstrofo na tal sigla. Num lugar onde tudo é abreviado para economizar
espaço, um apóstrofo desnecessário é quase um sacrilégio. Ainda mais estando errado.
Mas o desordeiro apóstrofo, o ladrão de caracteres, está lá, dia após dia,
descendo na minha timeline.
Tendo a imaginar que o Mc Donald’s tenha sua parcela de culpa. Afinal, é
uma marca super pop que termina em S e leva um apóstrofo antes. Será que sabem que, igualmente em inglês, apóstrofo não é para uso em plural? Teria sido esse o caminho para a indução ao erro? Mas voltemos ao português.
O que importa entender é que apóstrofo é supressão de letra e não
plural. Usa-se em Itaporanga d’Ajuda, caixa d’água, pau d’alho, galinha d’angola.
É raro, de uso especialíssimo. Há formas ainda menos usuais, como quando o
pronome refere-se a seres divinos (d’Ele, n’Ele). Todas as demais formas, que
ainda hoje são encontradas em algumas gramáticas, caíram em desuso.
Então ficamos combinados: o plural de TT é TTs, de CD é CDs, de DVD é
DVDs, de PM é PMs, de TV é TVs, de FM é FMs e por aí vai... É só acrescentar o S minúsculo, mesmo sendo uma sigla de
palavras estrangeiras. Português é simples. A gente é que complica.